Olá meu povo, como estamos? Freida McFadden é uma máquina de escrever livros e sempre somos surpreendidos com mais uma de suas obras pipocando aqui no Brasil. E hoje quero falar sobre ‘O Acidente’, que chegou há pouco pela Editora Record.
Livro: O Acidente
Autoria: Freida McFadden
Tradução: La Folgueira
Editora: Record
Ano: 2025
Páginas: 350
País: Estados Unidos
Formato: Impresso
Nota: 3.5/5
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Tegan tem 23 anos, está grávida de oito meses e precisa, desesperadamente, deixar para trás uma vida marcada por dor e sofrimento. Então, na primeira oportunidade, não hesita em pegar a estrada para passar um tempo com o irmão até decidir o próximo passo, mas ela não tem noção de que está dirigindo em direção a uma tempestade de neve. Ela não chega ao seu destino, pois bate com o carro em uma árvore.
Isolada em uma área rural do Maine, com um tornozelo possivelmente quebrado e sem sinal de celular, Tegan teme que esse tenha sido o maior erro de sua vida. No entanto, um milagre acontece: ela é resgatada por um casal que lhe oferece um quarto em sua casa até a nevasca passar.
Porém, há algo estranho… Tegan acreditava estar a salvo, mas, com o passar dos dias, ela percebe que está em perigo. O refúgio, que antes parecia acolhedor, agora mais parece um pesadelo do qual não consegue escapar, e ficar ali pode ser o seu fim.
Angustiante do começo ao fim, O acidente é um thriller sobre maternidade, sobrevivência e o perigo das expectativas que criamos e o que elas podem nos levar a fazer.

Tegan é uma jovem que lida com as consequências de suas escolhas. Grávida de oito meses e prestes a ser mãe solo, a moça resolve fazer uma viagem até a casa de seu irmão para passar uns dias. Contudo, no meio do caminho sofre um acidente que lhe impede de seguir adiante com o planejado.
Com o pé quebrado e num local desprovido de sinal de celular, muito menos de internet (para variar), Tegan sabe que vai morrer congelada em pouco tempo, pois mal consegue se mexer. Contudo, o destino parece conspirar ao seu favor quando algo inesperado acontece: uma ajuda vinda de um homem grande e forte, que lhe retira do carro com facilidade e a leva até um abrigo para esperar as estradas ficarem livres da neve.
Embora não acredite no começo, Tegan logo se acalma quando chega no local e percebe que tem uma enfermeira prestativa e simpática. Sabendo que vai ser bem cuidada por alguém que entende das coisas, tudo correria muito bem.
No entanto, conforme o tempo passa, ela percebe que as aparências enganam e agora precisa correr contra o tempo pela sobrevivência dela e do bebê. Será que vai conseguir? Ou é apenas o desespero falando mais alto?
“Quando isso acontecer, talvez ele não goste tanto das respostas, mas, no fim das contas, vai fazer exatamente o que eu mandar.”
‘O Acidente’ chegou recentemente no Brasil, e logo caiu nas graças dos leitores de suspense. Eu já conhecia a escrita da autora e vindo de uma de suas obras que se tornou favorita por aqui, fiquei com expectativas em relação ao mais recente.
A combinação de boa premissa, escrita fluida e capítulos curtos me fizeram devorar a leitura em dois dias, praticamente. Além disso, gostei de ver a narrativa em primeira pessoa, pelo ponto de vista de Tegan, mas também de Polly, a enfermeira que cuida da protagonista.
Dessa forma, temos uma visão bem aprofundada do que se passava na cabeça de cada personagem e podemos ter uma opinião mais sólida a respeito da trama. Tegan engravidou jovem, de forma não planejada. Mesmo assim, viu nisso uma oportunidade de fazer algo decente em sua vida e quer dar um futuro decente para a filha.
Apesar de não ter grande poder aquisitivo, é nítida a sua responsabilidade e o carinho que tem pela criança. O que faz o leitor se afeiçoar e torcer pelo final feliz da futura mamãe. Ainda mais quando ela chega no tal abrigo de neve.
“Não vou deixar essa garota me impedir de conseguir tudo o que sempre sonhei.”
Especialmente quando Polly começa a compartilhar suas ideias. A moça é casada há 12 anos com seu marido e tem um relacionamento muito pacífico. No entanto, suas atitudes se tornam um tanto suspeitas conforme vamos conhecendo um pouco mais de sua rotina e história de vida.

Ao longo dos capítulos, eu ia me sentindo cada vez mais claustrofóbica, já que tudo gira em torno do abrigo que as personagens compartilham. A cada momento eu mudava de opinião e me perguntava quem estava alucinando mais nesse elenco.
O que foi bom por um lado, já que a autora conseguiu criar uma atmosfera sombria, disfarçada de boas intenções. Nenhum personagem é 100% confiável e eu já estava desconfiando até da sombra.
Polly era muito boa pessoa quando estava em público, porém por trás de olhos bondosos se esconde o completo oposto. Tegan, por sua vez, poderia ter ótimos planos para viver com sua filha, mas ainda é jovem e inconsequente. O que me fez passar raiva em diversas cenas, além de ter uma ingenuidade que chegava a doer.
O elenco secundário não fica atrás. Todo mundo ali tem segredos e eu já me perguntava o que era real naquele núcleo. O que teria sido muito bom e faltava pouco para ser considerado um dos melhores thrillers do ano.
“Não sei se ele está falando sério ou só dizendo isso para me dar um falso conforto. Não é como se eu pudesse confiar na palavra desse homem gigante que conheci no meio do mato. Mas preciso concordar: não tenho escolha.”
No entanto, acho que criei tanta expectativa, e não alcancei nem a metade. O desfecho, assim como todos os livros da autora, fecham o arco sem deixar pontas soltas. Contudo, acontece tanta reviravolta que fiquei me perguntando o motivo de tirar tanto coelho da cartola sem necessidade.
A impressão que me deu era que ela não queria deixar nenhum personagem de fora e resolveu dar um final espetacular. Porém perdeu o sentido e eu já nem sabia onde enfiar a cara de tanta vergonha alheia.

O mesmo posso falar sobre o epílogo, disfarçado de final feliz. No entanto, se não existisse também não faria falta.
Falando sobre o livro em si, posso afirmar que a editora caprichou bastante na edição. A diagramação e a revisão estão bem feitas, assim como a fonte legível, que favorecem uma experiência positiva ao leitor.
A capa é simples e objetiva, que eu acho que combina com a vibe gelada e claustrofóbica do livro. E vai ficar linda na estante, mesmo não alcançando minhas expectativas e nem sendo uma das favoritas do ano. Mesmo assim, recomendo a leitura, pois pode ser melhor para você do que foi para mim.