Olá meu povo, como estamos? Que Freida McFadden é uma máquina, isso já sabemos. Apesar de diversos livros da autora estarem vindo com tradução para o Brasil, ainda tem vários que só estão disponíveis na gringa, como ‘Brain Damage’. Hoje eu trago minhas impressões sobre essa leitura, que acabou ganhando o posto de favorita do ano (e do ranking da autora também).
Livro: Brain Damage (não tem tradução para o Brasil ainda)
Autoria: Freida McFadden
Editora: Hollywood Upstairs Publishing
Ano: 2016
Páginas: 400
País: Estados Unidos
Formato: Digital (Disponível no catálogo do Kindle Unlimited até o momento)
Nota: 5/5
Depois de anos de trabalho duro, a Dra. Charly McKenna finalmente tem tudo. Carreira de sucesso como dermatologista? Confirmado. Apartamento espaçoso com vista para o Central Park? Confirmado. Marido advogado bonito? Duplo confirmado.
Então, numa noite, uma bala atravessa o lado direito de seu crânio e ela perde tudo.
Enquanto Charly luta para se recuperar de sua lesão cerebral, ela começa a perceber que os eventos daquela noite fatídica estão presos no lado direito danificado de seu cérebro. Agora, ela precisa juntar as peças do quebra-cabeça para descobrir a identidade do homem que tentou matá-la… antes que ele termine o trabalho que começou [Tradução Livre].

Charlotte McKenna é uma dermatologista dedicada. Sua agenda é sempre lotada, os pacientes sempre voltam cheios de elogios e o resultado é um belo apartamento com vista para o Central Park.
A única coisa que faltava para a lista da felicidade era um marido. Mas o mundo conspirou tanto a favor de Charly, que mandou um lindo e muito charmoso. Só que a vida perfeita não seria aproveitada por muito tempo, pois a moça sofre um assalto em sua casa e leva um tiro na cabeça.
Contra todas as possibilidades, Charly sobrevive e está no hospital reaprendendo a viver. Mas também existe uma dúvida: quem teria atirado nela? Por qual motivo? E será que ele vai voltar para terminar o serviço?
“Quando você se machuca como nós, fica muito difícil esconder quem você realmente é.”
Que Freida McFadden é uma máquina de escrever livros, isso a gente já sabe. Embora os livros dela estejam pipocando aqui no Brasil, isso não é nem a metade do que ela já tem publicado lá fora.
‘Brain Damage’ faz parte das publicações gringas e sem data para chegarem aqui. Mas tive a oportunidade de ler através do Clube Lendo com Os Morcegos. Aqui, conhecemos a narrativa pelo ponto de vista de Charly, uma médica dermatologista bastante requisitada.
Ela é uma ótima profissional, o que faz sua agenda estar sempre lotada. Além disso, lhe paga um salário bom o suficiente para morar em um apartamento incrível, com vista para o Central Park.
O que pode ser maravilhoso por um lado, mas por outro é motivo de preocupação de sua mãe. Isso porque ela alerta constantemente a filha do quão perigoso pode ser morar num lugar como aquele sozinha e chegando tarde em casa.
Mas Dra. McKenna mal tem tempo para respirar, que dirá encontrar alguém com quem dividir o apartamento, ou mesmo se apaixonar. Só que o destino parece ter ouvido os clamores de sua mãe nesse sentido, pois logo a protagonista encontra Clark da maneira mais inusitada (e digna de muitas comédias românticas).
“É frustrante que eu nem sempre consiga me lembrar de como eu era antes de me machucar.”
O casamento é perfeito, a vida de Charly completa toda a lista da felicidade e nada poderia dar errado. Exceto pelo tiro que a médica recebeu na cabeça e deveria tê-la matado.
Curiosamente ela sobrevive e agora está no hospital, tentando reaprender a ser uma pessoa funcional. Vendo as coisas somente pelo ponto de vista de McKenna, é angustiante acompanhar a vida de um paciente com lesão cerebral.
Diferente de todos os outros livros da autora, onde o foco é o mistério e a ação, aqui temos uma atenção maior no drama da recuperação de Charly. É doloroso ver alguém que era uma profissional de respeito, mas agora não consegue fazer funções básicas, como segurar um garfo e engolir a própria comida.
Além disso, ver como a equipe médica faz todo um esforço para fazer com que a moça recupere suas funções vitais me fez ver como essa é uma profissão de heróis. E a verdade é que nem todo mundo está preparado para uma jornada de trabalho como a retratada ao longo das páginas.
Mas o mistério ainda consegue uma parcela de participação. Por ver os fatos pelo somente ponto de vista da protagonista, temos apenas o que ela vai descobrindo em seus dias de hospital.
Por conta de sua lesão, a coitada mal se lembra do que está vestindo, que dirá saber quem atirou nela. Contudo, conforme a moça vai passando os dias e se adaptando à sua nova realidade, ela vai conhecendo outras pessoas, fazendo amizades e até pensando fora da caixa.

Mantendo a combinação de capítulos curtos e uma escrita fluida, fui enveredando pelas páginas e tentando entender o que a Charly se esforçava tanto para lembrar. E assim vemos algumas coisas que ela não notou antes, mas quem está de fora percebe como a moça precisava era de um bom banho de sal grosso.
“E nada disso doeu. A verdade é que não senti nada. O que doeu é tudo o que veio depois.”
Para começar, Clark era o marido perfeito nas capas de revista. Lindo, charmoso, sempre falando as palavras certas nos momentos convenientes. Mas olhando de perto, era um tremendo babaca e aproveitador.
Das poucas vezes em que abriu a boca para se dirigir à Charly (antes mesmo do atentado), eu já queria que ele derretesse numa poça gosmenta e radioativa. Isso porque Clark ultrapassa todos os limites da falta de educação e humanidade.
E me dava agonia ver como a protagonista aceitava tudo aquilo numa boa. Refletindo junto com ela, percebemos o quanto Charly era carente e solitária. Já estive no lugar dela e sei o quanto pode ser triste viver pensando que eu era destinada a ter apenas migalhas em vez de um sentimento verdadeiro vindo de alguém.
Talvez por isso não posso julgá-la por suas atitudes. Mas isso não me impediu de querer entrar no livro e socar a cara daquele cretino tantas vezes que ficaria desfigurado. A cada vez que ele entrava em cena (felizmente não foram muitas), eu tinha certeza de que esse cidadão não era alguém confiável e estava ansiosa para saber se minhas teorias estavam certas.
Por outro lado, acompanhando o tratamento da Dra. McKenna, foi uma jornada árdua, mas também exemplar de superação. Além de lidar com o dilema e superar seus próprios traumas, achei fofa a forma como a personagem construiu amizades verdadeiras entre os demais pacientes.
“Às vezes me surpreendo. Talvez meu cérebro não esteja completamente quebrado. Embora esteja definitivamente muito danificado.”
Em especial Jamie, que também tem lesão cerebral e está inconformado com sua situação. Mas conforme passam os dias, ele se mostra um amor de pessoa e um grande aliado para Charly. A autora desenvolveu a relação dos dois de uma maneira tão linda, tão crível, que achei que eram pessoas que eu conhecia de longa data.
Logo me via torcendo pela melhora deles, além de querer saber se iriam se reencontrar quando tivessem alta do hospital. E, assim como a recuperação da mocinha, o mistério vem em passos lentos, porém emocionantes.
Mesmo que a resolução fosse um tanto óbvia (acertei minhas teorias todas), eu não esperava que as motivações fossem tão convincentes (indo contra os outros livros que li da Freida até agora). Isso rendeu muitos pontos positivos e fiquei surpresa em ter encontrado o meu favorito da autora.

O desfecho traz emoções de todos os tipos: raiva, agonia, risada histérica e até quentinho no coração. Terminei com saudade da Charly e satisfeita com o final que todos os personagens tiveram.
Falando sobre o livro em si, li em versão digital. Então posso afirmar que a capa é simples, mas bastante condizente com a trama. Porém, não é das mais bonitas. A diagramação está bem feita, com uma fonte legível também que rendeu uma boa experiência de leitura.
Em resumo, ‘Brain Damage’ é uma leitura rápida, fluida e que rende um misto de sentimentos. Ela pode dar momentos de agonia, embora mostre que a vida não é só aquilo que está ao nosso redor e precisamos nos adaptar.

Você já leu esse livro ou algum outro da Freida? Qual o seu favorito até o momento? Me conta nos comentários!
Texto revisado por Emerson Silva.
Marla
Oi Hanna, tudo bem?
Ainda não li nada da autora, mas já li muitos comentários positivos sobre seus livros. Achei a trama interessante e fiquei curiosa pelo mistério.
*bye*
Marla
https://loucaporromances.blogspot.com
Hanna de Paiva
Eu sou suspeita para falar, pois estou me tornando fã da autora, hehe. Mas ainda recomendo a leitura, viu?