Olá meu povo, como estamos? Vamos entrar no clima de Natal com uma indicação de leitura fora da caixa e trevosa. Com vocês, ‘O Natal dos Fantasmas’, uma seleção de contos clássicos vitorianos que vão te deixar com os cabelos em pé.
Livro: O Natal dos Fantasmas
Autoria: Charles Dickens e outros
Tradução: Regiane Wintarski
Editora: Wish
Ano: 2021
Páginas: 257
País: Reino Unido
Formato: Digital
Nota: 5/5
Algo assombra os antigos Natais.Em uma seleção especial com doze histórias de grandes mestres do suspense e fantasia, incluindo contos inéditos no Brasil, acompanhe fantasmas, moradores de mansões inadvertidos, antiquários recheados de vultos, festas de Natal com visitantes espectrais e outros enredos assombrados. Contos selecionados e autores: Ceias fantasmagóricas – Jerome K. Jerome, A história dos goblins – Charles Dickens, A história da velha ama – Elizabeth Gaskell, Smee – A. M. Burrage, O fantasma de Irtonwood – Elinor Glyn, Horror: Uma história real – John Berwick Harwood, Encontro de Natal – Rosemary Timperley, Markheim – Robert Louis Stevenson, O fantasma da véspera de Natal – J. M. Barrie, A história de Natal de Thurlow – John Kendrick Bangs, A bolsa de viagem – Algernon Blackwood, O prato Crown Derby – Marjorie Bowen. Inclui minibiografias dos autores e introdução.

Hoje em dia, quando falamos sobre histórias natalinas, é comum pensarmos em contos e romances mais leves, que tem final previsível e são a garantia de coração quentinho e risadas. Mas você sabe que não foi bem assim que a tradição começou?
O costume de contar histórias natalinas em livros começou com Charles Dickens. De acordo com ele, o Natal é a melhor época para receber a visita de fantasmas. Assim, suas publicações sempre eram mais trevosas e com fantasmas sendo o elemento principal.
Com o tempo, diversos autores que queriam se consagrar no terror seguiram o exemplo e publicaram contos em revistas que tinham edição especial de Natal. E agora, a Editora Wish reuniu boa parte desses contos em uma única edição e traz as histórias mais assustadoras que você possa imaginar.
“É difícil dizer em que momento o medo começa, quando as causas desse medo estão plenamente visíveis.”
Ao todo, são 12 contos de autores diferentes. Alguns são mais conhecidos aqui no Brasil, mesmo que por outras obras (como Robert Louis Stevenson, por exemplo, que é mais relacionado com A Ilha do Tesouro e O Médico e O Monstro). Outros que só vim conhecer lendo nessa coletânea, mas nem por isso deixam de ser surpreendentes.
Entre os relacionados na obra, temos:
Ceias Fantasmagóricas – Jerome K Jerome
A História dos Goblins que Sequestraram O Sacristão – Charles Dickens
A História da Velha Ama – Elizabeth Gaskell
Smee – A.M. Burrage
O Fantasma de Irtonwood – Ellinor Glyn
Horror: Uma História Real – John Berwick Harwood
Encontro de Natal – Rosemary Timperley
Markhein – Robert Louis Stevenson
O Fantasma da Véspera de Natal – J.M. Barrie
A História de Natal de Thurlow – J.K. Bangs
A Bolsa de Viagem – Algernon Blackwood
O Prato de Crown Derby – Marjorie Bowen

As tramas são independentes, então não tem problema ler fora da ordem. No entanto, é bom ter em mente que não são todos do mesmo tamanho e alguns podem agradar mais que outros.
Além disso, no ponto de vista que temos hoje, nem todos são assustadores. Entre os que li, os que mais me chamaram atenção foram ‘Smee’, ‘A Bolsa de Viagem’ e ‘O Prato de Crown Derby’.
“[…] que nós possamos emprestas, quase poeticamente, as tradições dos países gélidos da antiguidade, assim como a escuridão das suas noites para podermos, também, conhecer suas histórias de fantasmas.”
O primeiro traz uma trama regada a muitas lendas urbanas, casas assombradas e jogos que nunca deveriam ser jogados. O mistério que paira durante a narrativa é bem semelhante a um episódio de Scooby-Doo. Porém, mesmo sendo divertido, deu um fundo de medinho, que ficou mais marcado no final.
Já ‘A Bolsa de Viagem’ e ‘O Prato de Crown Derby’ trazem versões mais assustadoras. Os contos são bem mais longos e detalhados, o que nos faz mergulhar nos universos de cada história e ficar lado a lado do protagonista. No entanto, quando algumas revelações são feitas, essa não é uma sensação agradável. Foram os que mais me assustaram e tive medo depois de alguns estalos aqui na casa e que me lembravam as sensações dos contos.
Como são escritos por autores diferentes, é nítido o quanto cada um imprime sua personalidade nas obras. Dessa forma, tive experiências mais imersivas, mais rápidas, outras mais maçantes.
Mesmo assim, foi uma leitura rápida e surpreendente. Fora que, além da história, temos mini biografias dos autores, para sabermos quais foram suas inspirações e preferências na hora de trazer suas obras ao público.

Com relação ao livro, li em formato digital e posso falar que a diagramação dele está muito bem feita (uma das mais bonitas que já vi). A capa é bem detalhada e traz tanto elementos natalinos quanto mais trevosos, nos dando uma ideia do que iremos encontrar ao longo da leitura.
Em resumo, ‘O Natal dos Fantasmas’ é aquele livro perfeito para quem ama uma leitura mais assustadora e gostaria de ter algo mais temático para a época do ano. Além disso, é uma boa forma de entender como eram os costumes literários na era vitoriana e como as pessoas lidavam com eles.
Você já leu esse livro ou algum outro de terror natalino? Me conta nos comentários!
Texto revisado por Emerson Silva