12 de April de 2020

Passarinha

Olá meu povo, como estamos? Estão todos se cuidando em casa nessa quarentena? Aqui no Rio estamos em mais 15 dias de isolamento social, a tensão é grande, mas vamos falar de coisa boa, pois tudo na vida tem seu lado bom (rsrsrs). Hoje trago a resenha de Passarinha, meu livro escolhido para abril no projeto #12livrospara2020, em parceria com as meninas do MãeLiteratura e Pacote Literário.

Passarinha
Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

10/12

Livro: Passarinha

Autora: Kathryn Erskyne

Editora: Valentina

Páginas: 222

Ano: 2013

Skoob | Amazon


No mundo de Caitlin, tudo é preto e branco. Qualquer coisa entre um e outro dá uma baita sensação de recreio no estômago e a obriga a fazer bicho de pelúcia. É isso que seu irmão, Devon, sempre tentou explicar às pessoas. Mas agora, depois do dia em que a vida desmoronou, seu pai, devastado, chora muito sem saber ao certo como lidar com isso. Ela quer ajudar o pai – a si mesma e todos a sua volta -, mas, sendo uma menina de dez anos de idade, autista, portadora da Síndrome de Asperger, ela não sabe como captar o sentido. Caitlin, que não gosta de olhar para a pessoa nem que invadam seu espaço pessoal, se volta, então, para os livros e dicionários, que considera fáceis por estarem repletos de fatos, preto no branco. Após ler a definição da palavra desfecho, tem certeza de que é exatamente disso que ela e seu pai precisam. E Caitlin está determinada a consegui-lo. Seguindo o conselho do irmão, ela decide trabalhar nisso, o que a leva a descobrir que nem tudo é realmente preto e branco, afinal, o mundo é cheio de cores, confuso mas belo.Um livro sobre compreender uns aos outros, repleto de empatia, com um desfecho comovente e encantador que levará o leitor às lágrimas e dará aos jovens um precioso vislumbre do mundo todo especial dessa menina extraordinária.

 

Passarinha

Caitlin é uma garotinha dócil, de 10 anos, que está no Ensino Fundamental I. Ela tem seus sonhos, seus planos, seus pensamentos bem imaginativos, assim como qualquer criança. E tem também uma curiosidade incrível com palavras diferentes.
Olhando assim, ela poderia ser qualquer criança. Mas Caitlin tem dificuldades em algumas coisas, como por exemplo, se expressar, fazer amigos e mesmo Captar. O. Sentido. das coisas. Isso porque ela tem Síndrome de Asperger, um dos espectros do Autismo, o que a faz ser excluída da sua turma pelos colegas.
Já na quinta série, Caitlin é uma menina bem inteligente e se dá bem nos trabalhos e deveres de casa. Ama desenhar e tem uma relação muito boa com seu pai e irmão mais velho, Devon. Porém, no Dia. Em. Que. Tudo. Desmoronou, seu pai está em momentos bem emotivos e ela não sabe como ajudá-lo, embora queira.
Quando escolhi esse livro para o mês de abril, confesso que não tinha me atentado a uma data muito importante, o Dia Mundial do Autismo, que é, coincidentemente, celebrado em 2 de abril. Para completar, acho que nunca tinha lido um livro em que a protagonista tinha autismo, e foi uma sensação bem diferente, posso assim dizer.
E, para quem não está familiarizado:

 

Síndrome de Asperger  é um transtorno neurobiológico enquadrado dentro da categoria Transtornos do Neurodesenvolvimento, de acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V). A Síndrome de Asperger afeta a forma como as pessoas percebem o mundo e interagem com outras pessoas.  Trata-se de um dos perfis  ou espectro de autismo, o chamado Transtorno do Espectro Autista (TEA). Pessoas com Asperger vêem, ouvem e sentem o mundo de forma diferente de outras pessoas.[Fonte]

 

Mês do Autismo
Foto: Divulgação

 

Chamada sempre de “esquisitinha”, “doida”, “especial”, Caitlin não Capta. O. Sentido desses termos e acaba levando como elogios. Mesmo assim, prefere ficar isoladinha num canto e nunca se enturma, principalmente na hora do recreio. De acordo com ela, a hora do recreio é quando tudo de esquisito acontece, por isso, quando ela está nervosa, ansiosa, ou mesmo preocupada, o famoso “frio na barriga” se torna a “sensação de recreio no estômago”.

 

“Todos nós somos especiais de maneiras diferentes. Especial É bom.”

 

Quando isso acontece, ela tende a fazer “bicho de pelúcia”, que é na verdade se desligar de tudo o que está ao seu redor, como uma forma de defesa. A Sra. Brooks, a psicóloga da escola, é a única que tem jeito de falar com Caitlin e, aos poucos, vamos vendo o que essa relação vai levar.
Eu confesso que não sei se Captei. O. Sentido do livro, pois apesar de saber que o autismo existe, eu nunca li muito a respeito. Mas sei a Caitlin me cativou bastante. Sabe aquele livro que te dá um quentinho no coração? Então, eu já fiquei com esse quentinho logo quando comecei a ler.

 

Caitlin chama atenção de todos na escola, não apenas por ser autista, mas por ser a irmã de Devon, que participou de certa forma do Dia. Em. Que. Tudo. Desmoronou, no colégio Virgina Dare, o mesmo onde ela vai estudar daqui a alguns meses.
Esse dia foi marcante para muita gente, em especial para o pai de Caitlin. Ele é pai solteiro e seu filho mais velho ajudava a cuidar de Caitlin. Mas agora, as coisas estão bem diferentes e ele não sabe se Caitlin entendeu o que aconteceu.
Além disso, ela está prestes a entrar no Ensino Fundamental II e, se ela já não curte muito estar com os alunos de sua sala de aula, imagina quando estiver com os mais velhos? Por isso a Sra. Brooks faz um trabalho excepcional com a nossa protagonista, nos levando também a desbravar o mundo que existe na cabecinha da Caitlin.
Ela odeia a sensação de recreio no estômago (e cá entre nós, eu gostei do nome e estou pensando seriamente em usar daqui para frente). Isso porque ela associa recreio a uma coisa ruim. Confesso que eu concordo com ela, pois eu sofria um bocado na hora do recreio também na escola e torcia para ele acabar logo.
Mas é exatamente na hora do recreio que Caitlin acaba descobrindo experiências que nunca imaginou que teria. Ela vai conhecer pessoas bem especiais na vida dela, que a farão compreender o sentido de algumas coisas, de uma forma tão fofinha e tão lúdica, que você acaba por dar suspiros de felicidade quando isso acontece.

 

 

Através dessas pessoas especiais que Caitlin descobre a palavra DESFECHO. E é esse bendito desfecho que vai nos levar adiante na leitura. Caitlin tem uma atração por palavras diferentes, criou até um dicionário com as palavras que encontra por aí, seja escritas pela rua, ou que a Sra. Brooks fala. A palavra desfecho foi uma delas.
Por causa disso, ela vai mover mundos e fundos, tentando saber como conseguir um para ela… e para seu pai também, quem sabe assim ele para de chorar tanto… (palavras dela).

 
A busca de Caitlin elo desfecho é uma busca bem fofinha por sinal. Ela é persistente e não se contenta com apenas um caminho a seguir. Ela quer saber mais sobre o que um desfecho pode fazer pela gente, pode fazer pela vida.





“Você sabe chegar à vivência da conclusão emocional de uma situação de vida difícil?
O quê?
Desfecho. Você sabe onde arranjar um?”

 

   
Passarinha
Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna
   
E, cá entre nós, será que a gente também não precisa de um desfecho? Algo que dê um ponto final em alguma coisa que nos aborrece, ou nos dá a sensação de recreio no estômago por tanto tempo?
Caitlin vê o mundo de uma forma diferente. Para ela, tudo deveria ser preto e branco, literalmente. As coisas devem ser respondidas da maneira correta, sem enrolação. Mas, aos poucos, ela vai aprendendo que nem sempre isso funciona e empatia é sempre bem vinda.
A Sra. Brooks, ao ensinar a Caitlin, acaba nos dando também uma lição. Pois tendemos a não olhar muito para o próximo. Quando percebemos, estamos julgando, ofendendo e até isolando pessoas, quando na realidade era só ter um pouco de empatia.
Juntas, Caitlin e a Sra. Brooks nos dão várias lições, que servem como puxões de orelha, para vermos o quanto também podemos ser falhos.

 

É um livro curtinho, mas que optei por ler bem devagar. Para apreciar mais a Caitlin e curtir suas lições, as quais acabei tomando para mim em vários momentos.
Falando sobre o livro em si, a Valentina fez uma edição linda e simples ao mesmo tempo. Aliás, quando olhamos a capa e vemos o nome de “Passarinha”, não entendemos muito bem o que quer dizer, já que em momento algum também eu mencionei algum bichinho. Mas no decorrer da leitura a gente entende o motivo do nome e até concorda com ele.
Logo na capa, temos uma menininha, que pode ser nossa protagonista. A capa tem tons que combinam, mas sem se misturar muito, o que achei super legal, dado o tema que é abordado e a questão que Caitlin tem com cores também.
É livro bem levinho, mesmo com o tema abordado. A autora soube lidar com maestria com o tema e nos trouxe de uma forma fluida, lúdica e sem muitos rodeios nem palavras difíceis. É um livro para quem entende do assunto, quem não entende, quem é curiosx para ler sobre… enfim, para o público no geral e não tem como não se apaixonar pela protagonista.
A revisão está de parabéns e achei sensacional os detalhes fofos no começo de cada capítulo. Aliás, é uma ótima pedida para esse clima de isolamento social, quando se está falando tanto sobre ter calma, respeito e empatia com o próximo, principalmente com o grupo de risco nessa pandemia.

 

Passarinha
Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

 

Somando tudo isso, dou nota máxima para essa leitura e super recomendo!

 

 

 

E, continuando nosso projeto, aqui segue nosso andamento até agora.

 

12 livros para 2020

 

Vocês já tinham lido esse livro? Conhecem outros livros da autora? Me contem aí!
E não se esqueçam, lavem bem as mãos, só saiam de casa se for realmente necessário e se protejam. #fiqueemcasa e cuide de você de sua família!

Postado por:

Hanna de Paiva

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