Olá meu povo, como estamos? Hoje temos mais uma resenha, com a continuação da série ‘A rainha vermelha‘, da autora Victoria Aveyard. O livro dessa vez é o terceiro, ‘A prisão do rei‘. Atenção, esse livro tem spoilers tanto do primeiro, quanto do segundo volume da série .
“Nunca duvide que você é importante e poderosa e merecedora de todas as chances e oportunidades no mundo para correr atrás dos seus sonhos.”
Foto: Divulgação |
Livro: A prisão do rei (3° volume da série A rainha vermelha)
Autora: Victoria Aveyard
Editora: Seguinte
Ano: 2017
Páginas: 552
Mare Barrow foi capturada e passa os dias presa no palácio, impotente sem seu poder, atormentada por seus erros. Ela está à mercê do garoto por quem um dia se apaixonou, um jovem dissimulado que a enganou e traiu. Agora rei, Maven continua com os planos de sua mãe, fazendo de tudo para manter o controle de Norta — e de sua prisioneira. Enquanto Mare tenta aguentar o peso sufocante das Pedras Silenciosas, o resto da Guarda Escarlate se organiza, treinando e expandindo. Com a rebelião cada vez mais forte, eles param de agir sob as sombras e se preparam para a guerra. Entre eles está Cal, um prateado em meio aos vermelhos. Incapaz de decidir a que lado dedicar sua lealdade, o príncipe exilado só tem uma certeza: ele não vai descansar enquanto não trouxer Mare de volta.
Em ‘Espada de vidro‘, terminamos com a cena emocionante de Mare Barrow se rendendo ao rei ditador Maven Calore. Ao fazer isso, ela pensa somente em salvar sua família e as tropas da Guarda Escarlate. Mas a pobrezinha come um dobrado ao chegar no palácio.
Mare é uma prisioneira de guerra, isso não podemos negar e todos no reino de Norta e aliados sabem disso. Mas a “garota elétrica” não está numa cela como outros prisioneiros. A jaula que Maven arranja para ela é especialmente produzida pela sua arqui-inimiga e futura rainha Evangeline, além de ser enfeitada com pedras silenciosas por toda parte. Isso vai deixando Mare cada vez mais fraca e definhando, mas não o suficiente para que o rei deixe de exibi-la por onde passa com sua comitiva. Mare Barrow foi de moça da favela a rainha com identidade falsa, passou para rebelde da Guarda Escarlate e agora é um cachorrinho do rei, sempre presa a uma coleira e vivendo numa jaula onde todos possam admirar o prêmio dele.
“Aqui está a líder da Guarda Escarlate, Mare Barrow. Uma assassina, terrorista e grande inimiga do reino. Agora ela se ajoelha diante de nós, sangrando.”
Mas ao contrário do que todos pensam, Mare está fraca apenas fisicamente, por conta das pedras silenciosas, que a deixam sem poderes e cada dia mais esquelética. Mas na mente dela, sua raiva apenas a fortalece, e a mocinha está planejando como escapar da jaula do rei. Tudo que ela quer é sair dali, fingir que nada aconteceu e voltar para sua família, coisa que está cada dia mais distante e, se continuar definhando do jeito que está, logo ficará um sonho impossível, já que ela morrerá.
Enquanto isso, do outro lado das trincheiras, Cal planeja a todo custo resgatar sua amada. Apesar de não ter muito apoio do lado da Guarda, afinal seus planos parecem cada vez mais suicidas, dado seu desespero e coração partido por ter deixado a mulher de sua vida ir embora assim.
Logo que comecei a ler esse livro pensei que ficaria chateada igual fiquei em ‘Espada de vidro’, por conta da monotonia que continua. Boa parte do livro é só a pobre da Mare descrevendo como é sua prisão, seu sofrimento e blábláblá…
Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna |
E do outro lado, na Guarda é o relato da Cameron, uma dos sanguenovos que Mare recrutou antes de ser sequestrada. Ela só fala o quanto o pobre do Cal está sofrendo e caladão pelos corredores, buscando sempre uma forma de resgatar a amada e curtindo uma dor de cotovelo daquelas, já que ninguém concorda com seus planos suicidas.
Confesso que chega a ser chato em certas partes, de tão detalhista. Mas brasileira que sou e não desisto nunca, continuei a leitura, pois me recusava a desistir. E acabei me surpreendendo. Pois em meio às sofrências de Mare, ela acaba descobrindo um monte de coisa sobre o passado de Maven, que reflete o passado do próprio Cal, o que explica toda a obsessão que o rei de Norta tem pela “garota elétrica”.
“Nunca pensei que Maven faria isso com ela. Acho que Mare também não.”
“Então vocês são idiotas. Quantas vezes o menininho perverso precisa trair vocês para aprenderem?”
Além disso, alguns personagens novos aparecem, para dar uma reviravolta lá pelo meio do livro. Eles chegam bem quietinhos e quando você menos espera… pá! Uma revelação surge e você fica de queixo caído. A partir de tais revelações, começamos finalmente a ter movimentos de novo nessa série… Finalmente o “tiro, porrada e bomba” voltou e temos o resgate de Mare oficialmente acontecendo… só que com ele, temos algumas alianças políticas que eu, sinceramente, não esperava.
Mare, como já mencionei, está fraca apenas no corpo, pois sua mente está cada dia mais fortalecida e ela amadurece muito enquanto está na prisão. Quando ela volta à Guarda Escarlate, é uma mulher mais forte e bem mais decidida do que a dos primeiros livros. Além de ter visto muita coisa enquanto estava presa, ela mesma começa a refletir sobre um monte de coisa e o que ela realmente quer da vida. Aí sim, a Victoria deu um passo e tanto com nossa protagonista.
Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna |
Além dela, temos mais duas personagens até então nos bastidores, que ganham mais presença. Diferente dos dois primeiros livros, onde apenas temos a visão de Mare Barrow, dessa vez temos a visão de três pessoas, que estão se mostrando mulheres bem inteligentes e me surpreenderam. Cameron, a sanguenova que tem o poder de matar com os olhos (a expressão fuzilar com os olhos nunca fez tanto sentido como nesse livro), está cada vez mais disposta a salvar seu irmão, que foi enviado nas tropas dos prateados até o Gargalo.
Com a Guarda se aproximando cada vez mais, ela decide passar por cima de todos para resgatar não apenas ele, mas todos os seus companheiros. E, por incrível que pareça, a única que a apoia nessa é Farley, que entende perfeitamente como Cameron se sente sem a família perto. Além disso, ela cresce bastante, já que seu irmão é um dos vermelhos que foram envenenados por Maven, acreditando piamente que a Guarda era um bando de rebeldes sem causa e queria matar sanguenovos, ao contrário de protegê-los. Para isso, ela precisa ter muita maturidade e encarar sua realidade, a de que seu próprio irmão tem medo dela e do que ela é capaz.
“Estamos aqui pelo mesmo motivo. Não por obediência cega à Guarda Escarlate, mas poruqe ela é nossa única esperança de salvar quem amamos e perdemos.”
E, quem mais me surpreendeu foi dona Evangeline Samos, a futura rainha. Eu confesso que tinha raiva dela até entender o seu lado da história. Aqui, não temos uma menina ambiciosa e malvada como se mostrou no primeiro livro. Evangeline na verdade foi criada daquela forma e é manipulada pelos pais até hoje, pois eles querem a coroa de qualquer forma, não importa com qual dos Calore ela se case. A grande questão é saber se ela quer realmente ser rainha de Norta. Além disso, vemos que, apesar dela ser uma mulher perigosa e forte, na verdade só quer ficar perto de seu irmão de de Iris, uma sombria que está destinada a ser sua cunhada… mas que elas tem um relacionamento às escondidas…
Só que o plano da Casa Samos de ter a coroa dos Calore vai por água abaixo quando Maven dá uma rasteira em todo mundo e, literalmente, muda de rainha! Como nesse livro tudo é “olho por olho, dente por dente”, claro que os pais de Evangeline não vão deixar sua futura rainha sem um trono…
“Por um segundo, isso me deixa feliz. Então me lembro: monstros são mais perigosos quando estão assustados.”
Quando Volo Samos assume a coroa em Rift, como rei de aço, Evangeline fica feliz por ficar cada vez mais perto de sua amada, já casada com seu irmão… e mais longe de toda a loucura que se passa na mente de Maven.
O grande problema vem quando eles se unem à casa de quem menos se imaginaria… a avó de Cal, Anabel, para resgatar o peão valioso que Mare se tornou. Evangeline que antes queria ver Mare longe de seu trono, agora vê nela uma chance de ficar cada vez mais longe do trono de Norta.
A princípio os casais teriam seus finais felizes… e todos viveriam contentes e em paz em seus respectivos reinos, já que Mare foi resgatada e a primeira coisa que fez foi assumir o que sentia por Cal. E Evangeline estava a um passo da felicidade com Iris e seu irmão…
Acontece que Mare não é o único peão desse jogo… e o xadrez está apenas começando… com as alianças da sempre rainha Anabel e o agora rei Volo Samos, contra Maven Calore… Todos querem tirar o usurpador do trono… mas quem será o rei de Norta? Cal? Volo Samos terá dois reinos? Quem resolverá esse embate?
E é com essas perguntas que ficamos do meio para o final do livro, o que terá continuação e desfecho final em ‘Tempestade de guerra‘.
Eu estou lendo essa série em pdf, então posso falar que o livro tem uma fonte agradável à leitura e os capítulos são bem editados. Os diálogos estão bem marcados e os capítulos também. Devo dizer que gostei mais desse livro que do segundo… Agora veremos o que tem para o desfecho dessa tempestade que se criou no reino de Norta e o destino dos vermelhos.
E, como esse livro me surpreendeu, dessa vez darei nota máxima.
Caso não tenham lido as outras resenhas dessa série:
Esse livro faz parte do projeto Leia Mulheres
O que acharam dessa série? Já leram algum dos livros? Me contem aí!