Olá meu povo, como estamos? Hoje temos resenha de mais um livro “brazuca” no ar! Com vocês, Realidade Oculta, obra de Tito Aureliano.
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| Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna |
Livro: Realidade Oculta
Autor: Tito Aureliano
Ano: 2017
Editora: Novo Século – Talentos da Literatura Brasileira
Páginas: 288
“Um diário de uma velha senhora do século 19, recuperado de um antigo manicômio, revela uma aventura fantástica de viagem no tempo, em que um grupo de cientistas é acidentalmente transportado ao Período Cretáceo. Eles são obrigados a encontrar uma rota de fuga, tentando interpretar o fenômeno que os levou até ali, enquanto sobrevivem em meio a dinossauros e outras ameaças de um mundo extinto.”
Giovanna Antunes é uma moça que mora no Rio de Janeiro, enquanto cursa o doutorado no Museu Nacional, sob orientação do Professor Marcelo Strauss. Já é uma parceria de longa data e tudo corria como deveria… Saídas de campo, artigos científicos, tese… Mas a mocinha está triste, pela perda recente do pai. Seu único parente vivo agora é seu irmão mais novo, Leonardo, que está namorando com Luiza. Ambos são jornalistas, trabalhando na empresa do pai de Luiza… Porém Leonardo também está triste, pois além da perda recente do pai, foi demitido simplesmente por ter ido ao enterro…
A única notícia boa no meio disso tudo era descoberta de um novo fóssil de carcarodontossauro, com um conteúdo estomacal, que daria uma luz à ecologia do animal… Mas aí é que está o mistério… no meio do conteúdo estomacal está algo que não deveria estar… um crânio humano! Assim, Giovanna é convocada com seu amigo Renato Matias, especialista em tafonomia, a fim de resolver o tal mistério… Também foi convidada uma arqueóloga, para confirmar uma possível contaminação no local (já que humanos ainda não tinham surgido na época dos carcarodontossauros). Mesmo assim ainda seria uma descoberta fantástica, que deveria ser documentada… por que não levar dois repórteres recentemente demitidos para documentar o fato e descolar um free-lance?
E lá se vão Giovanna, seu irmão Leonardo, a namorada Luiza e Renato, rumo à Ilha do Cajual, Maranhão. Até então, tudo corria “nos conformes”, uma saída de campo como outra qualquer… Para chegar à ilha precisavam atravessar a Baía de São Marcos num catamarã, com os equipamentos necessários. E é aí que começam a acontecer coisas estranhas.
Bom, o tempo está muito instável de uns dias para cá e os condutores dos catamarãs estão desconfiados com tantas tempestades de raios seguidas. Ao chegarem lá no local da descoberta, a turma se depara com algo mais estranho ainda; o fóssil humano que possivelmente teria se misturado com o dino (mistura temporal), na realidade tinha mesmo sido comido pelo carcarodontossauro, já que tinham a mesma idade… e o professor Strauss, que tinha viajado exclusivamente para a coleta do espécime, havia desaparecido no meio da mata há dois dias!
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| Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna |
Como aquele humano poderia ser tão antigo assim? Onde estava o professor? Eram perguntas que rondavam a mente de Giovanna e Renato, quando acabaram pegando carona para voltar de ilha com uma dupla de geofísicos chilenos, os quais diziam que estavam lá caçando extraterrestres!
O que mais falta para completar essa cena bizarra? Que tal um raio que cai bem em cima do catamarã onde estavam todos e eles foram acordar no mesmo local umas horas depois… mas não na Baía de São Marcos… e sim na beira de um precipício?! Isso mesmo meu povo, o raio levou todos para outro lugar… e também a outro tempo…
Sem querer, eles foram transportados para nada mais, nada menos, que o Cretáceo brasileiro, época em que os dinos que eles estavam escavando eram numerosos, enormes e perigosos… Bem vindos a Realidade Oculta!
“A realidade é uma mera ilusão. Entretanto, é uma ilusão muito persistente.” (Albert Einstein, 1948)
Tentando descobrir como pararam ali e por onde é a saída, eles tentam também sobreviver aos ataques de dinos e pequenos mamíferos, fora o calor imenso que tinha na época e doenças desconhecidas. Em meio a tantas aventuras, a turma acaba por encontrar Strauss, já com barba de meses e bem experiente em sobrevivência no Cretáceo. Mas o mistério ainda não acabou, pois a dupla de geofísicos continua batendo na tecla de que foram transportados por extraterrestres que navegam numa nave em forma de pirâmide e lançam raios azuis. Incrédula, Giovanna não leva nada do que os colegas cientistas afirmam. Mas se não for isso, quem o quê fez com que eles fossem parar ali? Isso também era possível? E ainda faltava descobrir como sair dali e voltar para casa…
“Uma crescente curiosidade pelo mundo cretáceo iluminava meu coração. Queimava a chama de um imenso desejo de explorar o desconhecido. Eu desejava aprender mais.”
O que mais tem nesse livro é mistério… E mais uma revelação no final que é de arrepiar! Esse livro eu comprei com o próprio autor no último Congresso Brasileiro de Paleontologia, em Ribeirão Preto – SP. E devo dizer que não me arrependi! É uma história que te prende e você não consegue parar! Eu li em poucos dias e ainda estou surpresa com o final! Achei uma leitura bem fluida, com várias informações importantes, explicando as relações paleoecológicas de muitos organismos, sem contar diversas informações sobre nos biodiversidade de fósseis. Mesmo se eu já não trabalhasse na área, teria entendido tudo, pois foi bem explicado, e de uma forma que todos entendem. Achei super legal também, o começo, onde já temos um mapa de onde os personagens vivem sua aventura e os desenhos das espécies citadas no texto. Então, se você ler um nome de algum deles, podia imaginar direitinho, já que além da descrição, tinha a ilustração para ajudar.
O texto é contado pela própria Giovanna, que é a autora do diário… Sim, você está me perguntando “você é louca criatura?! Lá na sinopse tu mesma escreveu que o diário é do século 19, como a menina pode ser aluna de doutorado hoje?!” Então, o grande mistério (ou um deles), é a viagem no tempo. O autor tratou não apenas de Paleontologia, mas também de viagens no tempo e conceito de Multiverso.
“O Multiverso é como um livro enorme, seccionado em uma infinidade de páginas, sendo cada uma delas um universo distinto.”
Quem curte DC e Marvel já está familiarizado com o conceito, já que os heróis são de universos paralelos muitas vezes… Nesse caso seria algo parecido. Os cientistas foram transportados acidentalmente no tempo através de um buraco de minhoca, aberto para o Cretáceo… Sim, acidentalmente, pois estavam no lugar errado e na hora errada quando os tais extraterrestres abriram o portal e pegaram carona sem querer. E do mesmo jeito que entraram no buraco do minhoca para ir até lá, deveriam passar por outro para voltar… Mas o grande problema é saber se o final do portal vai dar no mesmo ponto de onde você saiu na viagem de ida… Pela sinopse, já deu para ver que não, né?
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| Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna |
“Você sempre havia voltado ao Cretáceo, senhora Antunes. Só não sabia disso até viver o que viveu, nos últimos dias.”
Giovanna acaba voltando para o século 19, do qual não consegue mais sair… Mas ela tem uma grande vantagem, a de dar opiniões nos trabalhos de Charles Darwin… e quem sabe mudar algumas coisas no futuro do país… será que ela conseguiu? E você, se pudesse voltar uns séculos no tempo, faria algo para mudar seu país também? O que isso ocasionaria em outros fatos do tempo? E se fosse um universo paralelo? Afetaria sua realidade?
“O simples bater das asas de uma borboleta no passado reverbera como um trovão no futuro!”
E, assim como a turma de cientistas, eles não foram os únicos humanos a pisarem no Cretáceo, já que o conceito de viagem no tempo é bem difundido e usado no futuro… Pensando assim, foram mesmo ET’s que abriram o portal? Ou tem mais coisa aí? Tem coisa ai sim, mas não vou dar spoiler… Leia e se surpreenda também com o que somos capazes de fazer…
Outra coisa que achei sensacional foi que normalmente essa aventura toda aconteceu em pleno Brasil, tanto no presente, quanto no passado! Isso é incrível, já que ninguém pensa que personagens nacionais podem ter aventuras nacionais. E é tudo bem pesquisado… Foi nossa paleofauna brasileira rica em detalhes, nossa paleoflora e com até a descrição dos fenômenos geológicos! Como me falou o autor, está tudo paleontologicamente correto!
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| Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna |
Só posso dizer que é uma leitura bem rápida, com acontecimentos detalhados e de bastante ação. Super recomendo a leitura, principalmente se for fã de ficção científica como eu! Dou a nota máxima a esse livro de olhos fechados!
“Daqui a milhões de anos, quando os humanos forem inveitavelmente também extintos, que sejamos lembrados como uma espécie gloriosa e não como uma cicatriz profunda na história do planeta.”
Já tinham lido esse livro? Me contem aí!
Até mais!
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