12 de October de 2021

Uma mulher na escuridão | Charlie Donlea

Olá meu povo, como estamos? Hoje é dia de #12livrospara2021 por aqui, projeto em parceria com as meninas do MãeLiteratura e Pacote Literário. O tema desse mês era ‘Um livro com cenário sombrio’, e o mais votado por vocês foi Uma mulher na escuridão, de Charlie Donlea.
Uma mulher na escuridão | Charlie Donlea
Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

 

57/24
Livro: Uma mulher na escuridão
Autor: Charlie Donlea
Editora: Faro Editorial
Páginas: 302
Ano: 2019
Skoob | Amazon
 
 
Ao limpar o escritório de seu pai, falecido há uma semana, a investigadora forense Rory encontra pistas e documentos ocultados da justiça que a fazem mergulhar num caso sem solução ocorrido 40 anos atrás. No verão de 1979, cinco mulheres de Chicago desapareceram. O predador, apelidado de Ladrão, não deixou nenhum corpo ou pista — até que a polícia recebeu um pacote enviado por uma mulher misteriosa chamada Angela Mitchell, cujas habilidades não-ortodoxas de investigação levaram à sua identidade. Mas antes que a polícia pudesse interrogá-la, Angela desapareceu. Agora, Rory descobre que o Ladrão está prestes ser posto em liberdade condicional pelo assassinato de Angela: o único crime pelo qual foi possível prendê-lo. Sendo um ex-cliente de seu pai, Rory reluta em representar o assassino, que continua afirmando não ser o assassino de Angela. Agora o acusado deseja que Rory faça o que seu pai prometeu: provar que Angela ainda está viva. Enquanto Rory começa a reconstruir os últimos dias de Angela, outro assassino emerge das sombras, replicando o mesmo modus operandi daqueles assassinatos. A cada descoberta, Rory se enreda mais no enigma de Angela Mitchell, e na mente atormentada do Ladrão. Traçar conexões entre passado e presente é a única maneira de colocar um ponto final naquele pesadelo, mas até Rory pode não estar preparada para a verdade…
Uma mulher na escuridão | Charlie Donlea

 

 Em ‘Uma mulher na escuridão’, somos apresentados a uma série de desaparecimentos de mulheres, que assustou muita gente em 1979. O responsável por eles era chamado apenas de Ladrão, que cometia “crimes perfeitos” e nunca deixava pistas.
A única prova contra ele parecia vir de uma mulher, chamada Angela Micthell, que parecia saber demais e por isso acabou morta. E sua morte acabou sendo a única capaz de deixar o Ladrão atrás das grades.   O problema é que, apesar de Angela nunca ter sido encontrada, Ladrão alega inocência pela morte de Angela, já que, de acordo com ele, ela está bem viva.
 Mesmo depois de anos, o Ladrão continua alegando inocência pelo único crime pelo qual foi possível prendê-lo e, prestes a conseguir a liberdade condicional, cabe a Rory Moore saber se o Ladrão está dizendo a verdade ou não.

“[…] Porém, naquele momento, a questão mais cadente era se Rory estaria reconstituindo a morte de uma vítima ou seguindo os passos de uma mulher que ainda estava muito viva.”

Fiquei muito feliz em ver que teria um segundo livro de Charlie Donlea para ler no projeto do 12 livros, principalmente por ter criado bastante expectativa com ‘Uma mulher na escuridão’. A expectativa veio, principalmente, por conta de Rory Moore, que parece ter caído no gosto dos leitores, como uma investigadora impressionante.
E, lendo esse livro, eu descobri o motivo. Rory não é uma pessoa muito sociável. Ela tem um estilo bastante peculiar e um comportamento que, à primeira vista, seria classificado como excêntrico ou mesmo antissocial.
No decorrer da leitura, percebi que ela era mais do que isso, e achei interessante ver que Donlea apostou em personagens que poderiam dar um toque de representatividade na trama, já que ele fala, ainda que de maneira bastante superficial, de espectro autista. Assim, já comecei a olhar para Rory de uma maneira diferente, o que me cativou bastante, especialmente pela forma como ela lida com os casos que investiga.
Uma mulher na escuridão | Charlie Donlea
Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

 

Filha de Frank Moore, um advogado famoso, especialmente por representar o Ladrão, Rory depara com o caso dele enquanto limpa o escritório do pai, falecido há pouco. Ela nunca gostou da ideia de lidar com tribunais, nem processos de grandes burocracias, mas não consegue fugir quando o juiz não lhe dá outra alternativa, a não ser assumir o único caso em aberto do pai, que está em vias de terminar.
Assim, ela acaba esbarrando em um caso que marcou meio mundo, pois tem que provar que o responsável por assassinatos em série é inocente do único crime pelo qual conseguiu ser preso. A questão é saber se o que ele diz é mesmo verdade. E se for, onde está Angela, que não apareceu para provar o que o Ladrão alega?
Rory começa a remexer em fatos e histórias do passado, das quais ela pode descobrir muito mais do que imagina. O tempo todo, somos levados para trás e para frente, alternando entre as investigações de Angela, em 1979, e as de Rory, em 2019.
O que chama bastante atenção, logo de cara, é a capacidade e maestria que Angela teve em investigar por conta própria os acontecimentos, sendo que ela nem era da polícia, nem tinha a tecnologia que temos hoje em dia.
Não apenas por isso, mas o método de Rory de investigação e reconstituição de crimes que só ela consegue fazer, faz com que ela se sentisse conectada a Angela, que poderiam formar uma bela dupla de investigadoras, se fossem da mesma época.
Cada uma, ao seu modo, parecem querer chegar ao mesmo alvo, fazer justiça pelas mulheres desaparecidas. Além disso, há um mistério por trás da falta de pistas das desaparecidas, fora a dúvida constante se Angela também foi vítima do Ladrão, ou não.
Com uma escrita bastante fluida e capítulo bem curtinhos, eu li esse livro bem rápido até, e não consegui largar. Aqui, eu notei uma tática do autor, semelhante ao que vi em Não confie em ninguém, que foi deixar uma atmosfera sombria o tempo inteiro, onde qualquer detalhe pode fazer a diferença e o final sempre deixa aquele misto de dúvidas no ar, mesmo sendo fechado.
Além disso, senti que em ‘Uma mulher na escuridão’, Donlea conseguiu construir mais esse ambiente sombrio, o que me deixou com medo em diversos momentos.

“Nada pode te assustar, a menos que você deixe que a assuste.”

Rory é uma personagem sensacional. O fato de ela ser autista lhe dá uma visão de mundo diferente. Mesmo sendo narrada em terceira pessoa, o tempo todo vi as coisas pelo ponto de vista dela, o que me deu agonia em diversos momentos, mas também me ver as coisas de outro ponto de vista, que eu não veria se estivesse com o investigador clássico na cabeça.
Aos poucos, vamos entendendo o caso do Ladrão, de Angela, e de vários outros personagens, que parecem ter bastante coisa para guardar de 1979. Principalmente, vamos vendo como era a noção de mundo jurídico e de sociedade em 1979 e hoje em dia.
E vemos que muitas situações ainda são comuns hoje em dia, especialmente quando vemos as coisas pelo lado de Angela ao fazer suas investigações. Aliás, Angela também roubou a cena diversas vezes nesse livro e, por mim, ela poderia ter sido uma bela investigadora, e deu um show frente a muitos detetives na época, sem nunca ter pensado em trabalhar como uma.

“- Porque Angela é um gênio, Bill. E as pessoas a tratam como se fosse uma leprosa.”

Teci várias teorias, que até acertei, por serem até bem óbvias, só me faltava confirmar. Mas acho que o grande “tchan” desse livro foi exatamente como essas teorias eram confirmadas, não as revelações em si.
O que muito me impressionou e foi um eita atrás de eita, conforme eu ia lendo. Fui feita de trouxa várias vezes, e mesmo assim, terminei a leitura sem saber como definir o que senti na real.
Apesar de ter gostado bastante da trama, confesso que ainda senti falta de umas coisas que ficaram para trás, especialmente alguns personagens que não entendi o motivo de estarem ali. Achei que teriam um protagonismo maior, mas acabaram sendo deixados de lado, como se fossem dispensáveis, o que me decepcionou um pouco, ainda mais vindo de outros livros que li do autor, em que todos tiveram papeis importantes.
Uma mulher na escuridão | Charlie Donlea
Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

 

Com relação ao livro em si, a edição da Faro está lindíssima. A começar pela capa, com letras em alto relevo para dar um charme a mais na arte. A diagramação está linda também, com uma fonte bem legível e amo que eles colocam páginas mais amareladinhas e bem grossas, o que deixa a leitura bem mais agradável. Somando tudo, posso dizer que foi uma ótima leitura, mas não foi o meu favorito do autor.

 

Essa foi a resenha de hoje. E o andamento do projeto ficou assim até agora:
12 livros para 2021 | Outubro
Já tinham lido esse livro? Conhecem algum outro do autor? Me contem aí!
Postado por:

Hanna de Paiva

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