Olá meu povo, como estamos? “A Garota Roubada” foi minha primeira leitura do projeto 12 Livros para 2025, mas não funcionou como eu esperava. Hoje eu trago minha opinião final sobre a leitura.
Livro: A Garota Roubada
Autoria: Tess Stimson
Tradução: Alves Calado
Editora: Trama
Ano: 2022
Páginas: 375
País: Inglaterra
Formato: Impresso
Nota: 3,5/5

Alex Martini vivia o que parecia ser um dia perfeito, celebrando um casamento na praia, até que sua filha de três anos, Lottie, desaparece inexplicavelmente.
O desespero toma conta dela, e a busca por Lottie se torna uma missão global. Mas a sociedade começa a apontar o dedo para a mãe, questionando seu papel no sumiço da filha.
O que Alex estava fazendo quando Lottie desapareceu? Por que não estava cuidando dela? Enquanto o mundo julga, Alex está determinada a descobrir a verdade, mesmo que isso a coloque em perigo.
‘A Garota Roubada’ é um thriller psicológico que vai manter você à beira do assento até a última página, repleto de reviravoltas e mistérios insondáveis.
Será que Lottie será encontrada? E que segredos obscuros estão prestes a serem revelados? Descubra por conta própria enquanto mergulha nesta história envolvente de amor e desespero.
Alex Martini é uma renomada advogada de Relações Internacionais. Seu trabalho é bem puxado, ainda mais quando chega em casa e precisa cuidar de Lottie, a filha de 4 anos e de personalidade bem forte.
A moça faz o que pode como mãe solteira, mesmo que isso inclua deixar a menina se expressar e beirar a falta de educação em diversos momentos. As duas agora estão viajando para a Flórida, como convidadas do casamento de Marc, o melhor amigo de Alex.
Lottie é uma das damas de honra e está cada vez mais difícil de lidar. Mas nada que não se possa contornar com algumas concessões. Contudo, Alex não estava preparada para o que iria acontecer no dia da festa.
A menininha é sequestrada no meio de todos e parece que simplesmente evaporou da face da Terra. Ninguém viu ou ouviu os gritos ou mesmo alguém estranho levando Lottie.
Alex entra em desespero e começa a mover céus e terras em busca da filha. O caso toma uma proporção internacional. E só fica o questionamento: será que Lottie vai voltar para casa?
‘A Garota Roubada’ chegou aqui na minha estante logo que foi lançado. Porém, só agora tive a oportunidade de ler. Sempre ouço falar da autora sobre outro livro mais conhecido, ‘Ex-Mulher’, que aliás está no meu Skeelo esperando para ser lido. Mas o pouco que ouvi falar do mais recente não foi muito bom.
Assim, resolvi pagar para ver e fui ler sem criar grandes expectativas. O problema é que depois da premissa, elas acabaram crescendo e eu só me decepcionei.
A narrativa é alternada, ora em primeira pessoa, com o ponto de vista da Alex, ora em terceira, com os fatos pelo ângulo de Quinn. A primeira é uma advogada de renome e muito boa no que faz. Contudo, sua vida pessoal é composta por escolhas das quais se arrepende e ela tem que conviver com isso dia após dia.

Entre essas decisões estão o pai de Lottie, que era um péssimo marido e só lhe deu dores de cabeça e processos de divórcio, além de uma grande dificuldade em conseguir um relacionamento decente depois. A própria filha veio numa gravidez indesejada. Mas Luca (o ex-marido) foi quem quis ter o bebê e se prontificou a tomar conta enquanto ela trabalhava.
O acordo ia muito bem até que ele faleceu e tudo ficou a cargo de Alex, pois já não tinha mais com quem contar. A moça, apesar de sobrecarregada, não reclamava e dava seu jeito. Afinal, era uma mulher adulta e responsável. E mesmo não desejando Lottie no começo, é incrível como o amor materno acabou surgindo na advogada, conforme a filha crescia.
“[…] O tempo não cura, nem para. A vida continua, por mais que isso pareça um insulto. O sofrimento apenas acompanha a viagem[…].”
Embora eu ainda ache que ela dava uma educação permissiva demais para a garotinha, não posso negar que a relação delas era bonita e recíproca. Lottie era cheia de vontades, mas sempre obedecia e voltava para a mamãe.
Já Alex quer cuidar da carreira e tenta de tudo para equilibrar a rotina de trabalho e em casa. Mas sempre sabe tudo o que a menina quer e como age, em tantos detalhes, que me custa acreditar que ela realmente não queria a bebê no começo.
E, ao chegar na Flórida, tudo o que Alex queria era um pouco de descanso. Afinal, estavam numa festa entre amigos. O que mais tinha era gente conhecida para tomar conta de Lottie enquanto a mãe relaxava e curtia a paisagem.
Mas não durou muito tempo, já que foi exatamente num momento como esse que a menina desapareceu. Perturbando todo mundo para procurar a filha, a protagonista mostra em detalhes para o leitor como é o drama de ter um pedaço seu arrancado pela raiz, sem que você possa resolver nada por conta própria.
É nítido o sofrimento dela, diante de uma polícia que parece pouco se mexer, ou mesmo uma mídia que só cai em cima dela, apontando defeitos e coisas que poderia ter feito, em vez de um consolo ou uma solução para o atual problema. Esse foi o ponto que mais mexeu comigo e eu só queria abraçar Alex e falar que ia ficar tudo bem.
Além disso, levando em consideração que era uma obra de ficção, eu esperava que de fato Lottie voltasse para casa. Mas vendo o drama pelo qual a mocinha passa, eu não consigo sequer imaginar quantos casos tem de pessoas que sentem isso na pele e vivem uma vida inteira sem saber o paradeiro de uma pessoa próxima que nunca mais voltou para casa.
“Tenho muitas coisas a fazer, mas meus pensamentos estão desconjuntados e fora de ordem. É como se cada um estivesse escrito num pedaço de papel que foi jogado de qualquer jeito para o alto.”
Por outro lado, temos Quinn, uma jornalista também muito famosa e conceituada como correspondente de guerra. Contudo, seu último trabalho numa zona de conflito gerou consequências terríveis, que a trouxeram para casa em um estado deplorável.
Para não perder totalmente o emprego, a moça aceitou atuar em casos domésticos. Embora não esteja nada feliz, ela foi selecionada para cobrir o caso do desaparecimento de Lottie, que a emissora a princípio julgava que seria apenas mais um na estatística.
Só que ninguém esperava que fosse tomar uma proporção mundial, ainda mais por ser um caso envolvendo uma criança estrangeira. Toda a internet só fala da menina e Quinn fica cada vez mais carrancuda.
Ela não quer fazer essa cobertura, mas também não está em posição de recusar trabalho. Por conta disso, acaba enfrentando muitos demônios para tentar se manter apta a terminar o serviço o mais rápido possível.
O que cada dia parece mais difícil de alcançar. Ambas as protagonistas têm os seus dilemas e precisam encarar os fantasmas do passado e feridas ainda abertas para seguir em frente.
E quando o destino delas se cruzam, nasce uma relação de parceria indesejada, porém necessária. Quinn sabe que tem algo errado e precisa usar seu faro investigativo para descobrir qual o real motivo da preocupação de Alex. Já a advogada não gosta de Quinn, mas sabe que apenas o seu talento jornalístico pode ajudar a fazer o que os detetives estão lhe convencendo a desistir.

Juntas, elas fazem um trabalho de investigação muito bom. Mas eu gostaria que tivesse ficado mais em evidência do que foi apresentado.
A autora focou muito no drama das protagonistas e parece ter esquecido de todo o resto. Entendo que o sofrimento era necessário, ainda mais vendo os fatos pelo ponto de vista de Alex como mãe que perdeu uma criança.
Entretanto, o suspense, que era para ser o centro da trama, fica de lado. E eu já nem achava mais que estava lendo um thriller. Isso se refletiu no desfecho, que parece ter sido planejado para chocar o leitor, mas só serviu para insultar minha inteligência.
“Somos sócias de um clube para o qual ninguém quer entrar. Tudo parece diferente no lugar onde estamos: há uma sombra que cobre o mundo. Perder um filho – no sentido mais literal, insuportável – muda a gente de um modo que você jamais imaginaria ser possível.”
A autora trouxe elementos que são condizentes com a trama até a página dois. No entanto, esperava algo que não parecesse um final de novela mexicana e fosse mais pé no chão.
Por isso, mesmo tento emoção, achei que foi um livro meio blé. Com certeza não lerei de novo e é um livro perfeitamente esquecível. Mesmo assim, recomendo a leitura, pois pode não ter funcionado para mim, mas pode ser uma experiência positiva para você.

Falando sobre o livro em si, eu gostei da diagramação, que é simples e objetiva. A revisão está bem feita, tem uma fonte legível para a leitura e as páginas mais grossinhas. A capa segue o modelo de outro livro da autora (Ex-Mulher, até mais conhecido e que está na minha lista de próximas leituras).
Você já começou a ler um livro e se decepcionou no meio do caminho? Conhecia esse livro ou algum outro da autora? Me conta nos comentários!
Texto revisado por Emerson Silva.