26 de September de 2024

As Sobreviventes | Riley Sager

Olá meu povo, como estamos? ‘As Sobreviventes’ foi um thriller psicológico que descobri no catálogo do Kindle Unlimited e li recentemente. Hoje estou aqui para deixar minhas impressões a respeito da leitura.

Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

Livro: As Sobreviventes

Autoria: Riley Sager

Tradução: Marcelo Hauck

Editora: Gutenberg

Ano: 2017

Páginas: 336

País: EUA

Nota: 4/5

Há dez anos, a estudante universitária Quincy Carpenter viajou com seus melhores amigos e retornou sozinha, foi a única sobrevivente de um crime terrível. Num piscar de olhos, ela se viu pertencendo a um grupo do qual ninguém quer fazer parte: um grupo de garotas sobreviventes com histórias similares. Lisa, que perdeu nove amigas esfaqueadas na universidade; Sam, que enfrentou um assassino no hotel onde trabalhava; e agora Quincy, que correu sangrando pelos bosques para escapar do homem a quem ela se refere apenas como Ele. As três jovens se esforçam para afastar seus pesadelos, e, com isso, permanecem longe uma da outra; apesar das tentativas da mídia, elas nunca se encontraram.

Um bloqueio na memória de Quincy não permite que ela se lembre dos acontecimentos daquela noite, e por causa disso a jovem seguiu em frente: é uma blogueira culinária de sucesso, tem um namorado amoroso e mantém uma forte amizade com Coop, o policial que salvou sua vida naquela noite. Até que um dia, Lisa, a primeira sobrevivente, é encontrada morta na banheira de sua casa com os pulsos cortados; e Sam, a outra garota, surge na porta de Quincy determinada a fazê-la reviver o passado, o que provocará consequências cada vez mais assustadoras. O que Sam realmente procura na história de vida de Quincy?

Quando novos detalhes sobre a morte de Lisa vem à tona, Quincy percebe que precisa se lembrar do que aconteceu naquela noite traumática se quiser as respostas para as verdades e mentiras de Sam, esquivar-se da polícia e dos repórteres insaciáveis. Mas recuperar a memória pode revelar muito mais do que ela gostaria.

Quincy Carpenter (ou apenas Quinn) é uma criadora de conteúdo famosa na internet por conta de seus dons de confeitaria e bolos bonitos. Mas também é muito conhecida pelas matérias que ganharam os jornais anos atrás, quando se falava a respeito das Garotas Remanescentes.

Embora tente ignorar qualquer coisa a respeito do assunto, Quinn sabe que não pode fazer isso por muito tempo. Ainda mais agora que seu passado volta para lhe assombrar e mostra que não vai embora tão cedo.

Tentando se salvar da ameaça, no entanto, a moça vai perceber que suas memórias, há muito bloqueadas, podem ser a chave de muitas dúvidas que a polícia procura responder ainda nos tempos atuais. A questão é: será que Quincy ainda vai se sentir bem com as respostas que vai encontrar?

‘As Sobreviventes’ foi lançado há alguns anos, mas só descobri muito recentemente enquanto vasculhava o catálogo do Kindle Unlimited. A narrativa tem capítulos curtos e intensos que contam os fatos pelo ângulo de Quincy Carpenter.

Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

A jovem passou por momentos de puro terror, os quais estamparam as primeiras páginas dos jornais de todo o país. Não bastasse todo o trauma que ela foi submetida, a fama ficou por bastante tempo, após outros casos de chacinas, que ocorreram em intervalos relativamente curtos, Quinn é intitulada uma das Garotas Remanescentes.

Junto a Samantha Boyd e Lisa Milner, as três vítimas são alvo de muitos repórteres, estudiosos e aficionados por casos de true crime. Assim, mesmo que cada uma tenha seguido a vida da melhor forma, é difícil lidar com os fantasmas do passado quando eles voltam para lhe assombrar a cada momento.

Sem ter muito o que fazer a respeito, Qunicy decidiu mudar de vida e sua fama para a confeitaria. Com um blog rentável, milhares de leitores e um futuro promissor, a moça agora passa seus dias em casa, em meio a fotos de bolos e glacês coloridos.

“Não uso artifícios para disfarçar minhas cicatrizes. Simplesmente finjo que não existem.”

Por sua vez, Lisa Milner resolveu ir no sentido oposto e fazer sua fama e sofrimento indesejado em algo mais solidário. Ganhando as graças do público, a jovem passa a vida atrás de outras meninas e mulheres que passaram o mesmo que ela, para fortalecer o time das Garotas Remanescentes.

Já Samantha preferiu o anonimato a ter que se lembrar desses demônios todos os dias. Assim, nunca mais se ouviu falar dela… pelo menos até a moça cair de paraquedas na casa de Quincy, alegando que precisa de ajuda.

Ao mesmo tempo, Lisa é encontrada morta em circunstâncias duvidosas, as quais voltam para as principais manchetes dos jornais.

Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

Enquanto a polícia tenta driblar os jornalistas e investigar o que realmente aconteceu, Quinn se vê nos holofotes novamente, por fazer parte de um grupo desfalcado das Garotas Remanescentes e pela possibilidade de ser o próximo alvo.

“Detalhes. Eles fluem livremente quando não são seus.”

Enquanto tenta entender o que aconteceu com sua amiga inesperada, Quinn percebe que sua própria história apresenta lacunas. Agora, precisa estar atenta a cada detalhe de memórias que ela não quer lembrar nunca mais na sua vida. 

Como meu primeiro contato com as obras da autora, posso dizer que ela criou uma trama convincente e eletrizante, que prende o leitor até a última página. Além disso, os capítulos curtos e uma narrativa fluida ajudam no processo imersivo e me vi dentro do livro, acompanhando a história de perto. O que foi bom, até a página dois.

Quinn é uma narradora não muito confiável. Seu início é promissor e vemos uma mulher que sofreu muito anos atrás, quando se tornou uma Garota Remanescente. Seu trauma a faz uma pessoa de sorriso triste, cansado e sem muito ânimo para sair de casa.

Se tornar uma criadora de conteúdo foi um grande acerto, pois seu contato com o mundo seria mínimo. Ela poderia pagar seus boletos sem ter que encarar o olhar de pena das pessoas que a reconheciam dos jornais. A vida segue adiante, com um namorado novo, uma rotina de criação de bolos e tortas bonitas e uma bancada cheia de farinha.

Mas Quincy não pode evitar quando a vida lhe dá uma bela rasteira e mostra que certas coisas nunca ficam no passado. Lisa sempre tentou manter contato, especialmente na noite em que morreu. Isso assombra a confeiteira de todas as formas, pois falar com Lisa a faz lembrar do trauma que passou anos atrás.

O que ela vai precisar encarar de forma forçada, ainda mais quando Samantha retorna das cinzas e quer se unir à protagonista na investigação. E aqui eu comecei a criar expectativas.

Quinn é uma boa detetive amadora. Contudo, ver as coisas pelo seu ponto de vista somente traz muitas dúvidas. Isso porque ela tenta lidar com as memórias ruins que voltam à tona, enquanto tenta buscar justiça para Lisa.

“Tornei-me um borrão – uma mancha de escuridão despojada de todos os meus detalhes”

Fiquei o tempo todo tentando entender o que acontecia no presente, além de acompanhar sua luta para se lembrar do passado e entender o que realmente aconteceu. Além disso, existe um questionamento constante, para saber se ambos os casos tinham alguma ligação.

Conforme os capítulos avançavam, eu percebia que sabia cada vez menos e não conseguia parar de ler. De modo especial quando Samantha surge do nada, dizendo saber de coisas importantes, ao mesmo tempo que nada revela.

Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

Diante do emaranhado de enigmas, suspeitas e fatos pela metade, fui criando diversas teorias, que caíam por terra na página seguinte. A trama tinha tantas nuances que simplesmente devorei a partir dos 70%.

Mas fiquei decepcionada com a forma que a autora escolheu para resolver tudo. Ela me fez desconfiar de tudo e de todos, incluindo a própria Quinn, que poderia ser uma mente brilhante fingindo inocência. E até aceitaria ter sido feita de trouxa desse jeito, se fosse algo convincente e bem amarrado.

Contudo, a impressão que me deu foi que todo aquele suspense digno de uma temporada de série perfeita se transformou em uma novela mexicana e eu terminei sem acreditar no que lia.

Os fatos foram amarrados? Sim. Teve algum personagem esquecido? Não. Mas eu preferia bem mais que a Quinn tivesse apontado o Ruivo Hering do que o que aconteceu.

Isso me decepcionou um bocado e tirou pontos da leitura. Uma pena, pois era bastante promissora.

Falando sobre o livro em si, li em versão digital e posso afirmar que é uma obra bem feita, com boa diagramação e revisão decente. A capa também é sombria, seguindo a vibe da narrativa.    

Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

Em resumo, ‘As Sobreviventes’ pode ser uma boa pedida para quem esteja querendo se aventurar no thriller psicológico. Mas se tem certa bagagem, talvez se sinta incomodado e ache que tem peças faltando na trama. Ainda assim, recomendo a leitura, para que tire suas próprias conclusões.

Agora me conta, você já leu esse livro, ou algum outro da autora? Já teve uma decepção com uma leitura assim?

Texto revisado por Emerson Silva 

Postado por:

Hanna de Paiva

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