15 de March de 2025

Charles Maxwell e O Mistério da Chapeuzinho Vermelho | G.C.Bellföx

Olá meu povo, como estamos? Hoje eu trago uma novidade muito legal que quero compartilhar com vocês: agora sou parceira da editora Palavra & Verso!

Fiquei imensamente feliz em ter recebido o convite da editora e cá estou eu com a resenha da minha primeira leitura para selar essa parceria. O livro da vez é ‘Charles Maxwell e O Mistério da Chapeuzinho Vermelho’, uma fantasia nacional que me conquistou.

Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

ALERTA: Este livro pode conter gatilhos sobre depressão, luto e sequestro.

Livro: Charles Maxwell e O Mistério da Chapeuzinho Vermelho

Autoria: G.C. Bellföx

Editora: Palavra & Verso

Ano: 2021

Páginas: 150

País: Brasil

Formato: Digital (Disponível no catálogo do Kindle Unlimited até o momento)

Nota: 4,5/5

Em 1936, a cidade de Edimburgo é abalada por terríveis notícias: é constatado, em meio a circunstâncias misteriosas, o desaparecimento de Chapeuzinho Vermelho.

Para investigar tais fatídicos acontecidos, surge em cena Charles Maxwell – um homem fora dos padrões e excêntrico, de forte senso de humor e alguns poderes fantásticos, na companhia da igualmente nada convencional freira Madeline Tuck.

Juntos, embarcam em desventuras para solucionar mistérios e, em seu caminho, surgem mais personagens como o Pinóquio, o Gato de Botas, Branca de Neve, o Barba Azul e diversos outros, fazendo-nos imergir em um incrível mergulho no mundo dos contos de fadas.

Na trama, também somos inteirados no contexto histórico europeu do século XX e até mesmo nos problemas sociais que começavam a existir na época, como a ameaça da Segunda Guerra Mundial e os males provindos da ascensão do nazismo e ideais antissemitas mostrados por meio de analogias diversas.

Madeleine Tuck é uma freira completamente fora dos padrões. Seus meios nada convencionais de pregar a fé cristã a levaram a julgamentos e uma fama indesejada por onde passa.

A igreja não sabe muito bem o que fazer com ela, pois é sempre associada ao falecido Robin Hood e seus meios escusos de levar justiça aos desfavorecidos. No entanto, o clero não está em posição de ter menos sacerdotes. Ainda mais quando se trata de investigar certos acontecimentos que desafiam a mente humana.

Por isso, a irmã Tuck recebe umas missões para lá de inusitadas e vai passando de cidade em cidade, vendo o que as pessoas são capazes de fazer em nome de assuntos, por vezes, incompreensíveis.

A próxima parada de Madeleine é em Edimburgo. Estão acontecendo algumas coisas que o padre local não está relatando e a igreja precisa saber se vai intervir ou não. Ainda mais com as ameaças de bombardeios e invasões, mediadas por um movimento alemão cada vez mais crescente na década de 1930 (sim, aquele mesmo que começa com n…).

A freira chega na cidade e já descobre o que terá que enfrentar. A grande questão é: será que vai sobreviver para escrever o relatório aos seus superiores?

Essa foi uma grande surpresa de 2025. Até então, nunca tinha ouvido falar dos trabalhos do autor, muito menos conhecia o catálogo da editora. Mas confesso que fui fisgada pela capa desse livro e a premissa, que prometia uma história fora da caixa.

Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

A narrativa é epistolar, pois vemos os acontecimentos narrados pelo ponto de vista dos diários de Madeleine Tuck, nossa protagonista. Ela carrega um estigma do qual não consegue se libertar de jeito maneira (ser parceira do bando de Robin Hood), o que lhe confere olhares tortos e desconfiança por onde passa.

Nem a própria igreja parece lhe querer por perto. Mas a verdade é que em certas missões, a freira acaba se tornando bastante útil. Talvez por isso não foi expulsa da congregação até hoje.

A jovem é enviada em missões que jamais outra pessoa aceitaria, como a de investigar uma série de fatos estranhos envolvendo a população de Edimburgo. O clima já anda tenso devido aos anúncios que um político em ascensão anda pregando na Alemanha e está gerando repercussões mundiais.

Não bastasse isso, uma das pessoas mais importantes da cidade desapareceu, deixando os moradores com medo de serem a próxima vítima. A pessoa em questão é Chapeuzinho Vermelho, uma jovem feliz e sorridente, que teve a vida virada de cabeça para baixo após uma notícia ruim na família.

Você tem toda razão, às vezes meus pensamentos são tão belos que me esqueço dos horrores da realidade”

Madeleine tenta juntar os fatos para descobrir o paradeiro da mocinha. E, para isso, conta com o apoio de Charles Maxwell, um entropista bem excêntrico, com problemas sérios para compreender sarcasmo e uma personalidade assustadora.

A obra tem uma uma vibe de ‘Once Upon A Time’, uma série que me deixou com bastante saudade. Então, foi uma nostalgia ver uma leitura que me remetesse a esse universo dos contos de fadas no mundo real.

Achei muito legal a ideia de personagens de fábulas vivendo em harmonia com humanos e até fazendo coisas cotidianas, como por exemplo o Pinóquio que é coroinha na igreja e o Barba Azul que é um dentista.

A freira chega nesse cenário e meio que toma um choque ao mesmo tempo que o leitor. Sendo assim, é bem interessante acompanhar sua jornada. Não apenas chega numa cidade nova, como já tem logo que trabalhar numa investigação que lhe caiu de paraquedas.

Ela não é uma das irmãs mais exemplares. Seus métodos não são nada satisfatórios pelos olhos do clero. Mas seu olhar sagaz e a capacidade de tomar decisões rápidas em momentos perigosos a faz uma peça bastante útil no jogo de xadrez político no qual se meteu.

O mesmo já não podemos afirmar sobre Charles Maxwell, seu parceiro não convidado. O homem é misterioso, tem um dom de ler a alma das pessoas e pode causar medo por onde passa. No entanto, consegue ser tão inocente quanto uma criança em momentos de convívio social.

Contudo, seu dom é de grande utilidade na investigação do desaparecimento da Chapeuzinho Vermelho. A menina estava bastante abalada com o que houve com sua mãe recentemente.

Logo, seu desaparecimento chama a atenção de toda a cidade e todos estão assustados. Afinal, lendas estão correndo por bares e pracinhas e ninguém quer ser o próximo a entrar na estatística de desaparecidos (ou de algo pior).

O mistério é a forma mais válida de buscar emoção em uma vida cheia de respostas imundas”

Juntos, Charles e Madeleine formam uma boa dupla investigativa, que conseguem resolver o caso com maestria. Mas isso não quer dizer que será sem dores. Cada um lida com seus próprios fantasmas do passado que parecem vir à tona quando menos desejam. Porém são importantes se quiserem resolver o mistério e trazer Chapeuzinho sã e salva para casa.

A leitura é muito fluida e devorei em menos de 24h. Os capítulos curtos, com diálogos retos e sem rodeios me ajudaram a me manter imersa na leitura e me espantei ao ter finalizado tão rápido.

Além disso, gostei bastante de ver personagens mais críveis. Eles podem ser provenientes de fábulas, onde todos são 100% mocinhos ou 100% vilões. No entanto, em Edimburgo essa chave vira e todos passam a ser mais humanizados (mesmo que ainda tenham magia correndo nas veias).

Dessa forma, o autor ficou livre para falar de assuntos importantes, como saúde mental, luto e amor próprio. Ainda, ele conseguiu inserir algumas críticas à sociedade, que me serviram como um tapa na cara com luva de pelica e me deixaram pensando por uns dias antes de vir escrever esta resenha.

Foto: Hanna de Paiva | Mundinho da Hanna

O desfecho amarra as pontas e traz respostas. Contudo, acho que foi o único local em que o autor pecou. Talvez mais algumas linhas tivessem deixado a história mais fechadinha e sem espaço para dúvidas.

O meu poder é a minha própria maldição”

Mas nem por isso deixou de ser uma boa leitura. Eu amei e certamente leria de novo, num momento oportuno.

Falando sobre o livro em si, li em versão digital e posso falar que a diagramação está espetacular. A editora caprichou bastante e a capa parece até uma obra de arte, de tão linda. Não apenas ela, mas todos os demais elementos que compõem o livro estão muito bem colocados e dão um charme a mais ao livro.

Em resumo, ‘Charles Maxwell e O Mistério da Chapeuzinho Vermelho’ é uma leitura que recomendo, especialmente se você adora uma releitura de contos de fadas com um toque de realidade.

Texto revisado por Emerson Silva.

Postado por:

Hanna de Paiva

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