Olá meu povo, como estamos? Depois que terminei a primeira temporada de Silo, não sosseguei enquanto não via a continuação da treta que se formou. Hoje estou aqui para contar o que achei da sequência.
OBS.: Pode conter spoilers da primeira temporada. Leia por sua conta em risco.
Série: Silo
Temporada: 2°
Ano: 2024
Episódios: 10
Duração média: 54min/episódio
País: Estados Unidos
Onde assistir: Apple TV+

Silo é uma série de drama e ficção científica baseada na trilogia homônima do autor norte-americano Hugh Howey. A produção se passa em um futuro pós-apocalíptico, tóxico e arruinado. Em um silo subterrâneo, os últimos dez mil sobreviventes da Terra tentam se manter protegidos contra o caos mortal do mundo lá fora. Porém, ninguém sabe quem ou porquê o abrigo foi criado, e toda vez que alguém tenta desvendar sua origem, acaba sofrendo consequências fatais. Quando alguns habitantes morrem de forma misteriosa, a engenheira Juliette (Rebecca Ferguson) inicia sua própria jornada para conseguir respostas, mas acaba encontrando ameaças maiores do que imaginava.
As coisas ficaram bem sérias depois que Juliette foi “convidada” a fazer a limpeza. Mesmo que o prefeito e o chefe do Judiciário tenham deixado bem claro que a delegada pediu para sair, seus amigos sabem que é tudo uma mentira.
Os clamores por piedade, no entanto, se tornaram atos de revolta e calamidade quando Juliette não apenas sai para limpar, mas sobrevive à famosa caminhada até a árvore. Depois que ela faz seu ato de rebeldia sem limpar a tela e ainda ir embora sem olhar para trás, todo o silo se pergunta o que tem lá fora e porque continuam trancafiados com medo da superfície.
Logo, o prefeito percebe que não tem muito o que fazer. Se lá dentro a delegada era perigosa, do lado de fora é ainda pior. E agora, sem comunicação com o mundo exterior, só lhe resta fazer com que a população se acalme usando métodos antigos de disciplina e controle.
O problema é que o povo não está muito disposto a aceitar isso, enquanto não souber o que aconteceu com a segunda delegada que se candidata à limpeza. E vendo que não vai ter sucesso, Bernard convoca o pobre Lukas Kyle de volta das minas para descobrir uma outra forma de fazer o silo sobreviver, nem que para isso ele precise promover o jovem a seu aprendiz.
Por sua vez, Juliette vai pelo caminho que descobriu nos mapas da relíquia de nível vermelho e alcança o silo 17. Chegando lá, contudo, encontra a estrutura totalmente abandonada e repleta de corpos que ditam o futuro do seu próprio silo, se algo não for feito imediatamente para conter a rebelião que ela nem sabe que está acontecendo por sua causa.

Os capítulos se alternam entre os silos 17 e 18, mostrando os fatos quase que simultaneamente. E, assim como senti ao ler os livros, percebi agora novamente o quanto certas atitudes são cíclicas, mesmo que ninguém ligue para entender o que aconteceu no passado.
Isso é notável na própria Juliette. Se na primeira temporada ela é prática e não tem tempo para explicações técnicas demais, aqui ela está com os ânimos ainda mais exaltados ao conhecer Solo, o único sobrevivente do 17 e que se tornou guardião dos segredos do passado na superfície (e também das fofocas do seu próprio lar).

Mas todas as suas tentativas de ser sociável depois de anos isolado vão por água abaixo quando ele conhece Juliette, toda fechada ao conhecimento teórico. O primeiro encontro deles é crível, levando em consideração tudo o que aconteceu nos últimos tempos.
A moça está revoltada por ter sido colocada para fora de seu lar após ter se recusado a obedecer ordens. Embora concorde que ela não deveria baixar a cabeça para Bernard, confesso que me deu agonia. Via uma mulher egoísta e mesquinha, que ignorava suas funções pelas quais era paga para partir rumo à sua investigação de algo que só ela dava atenção.

Apesar de ser bem importante, até porque foi o motivo dela ter sido mandada para a limpeza, achei que ela aprenderia alguma lição com o que leu no HD velho. Mas nada adiantou, já que tudo o que Solo lhe dizia entrava por um ouvido e saía pelo outro, isso quando ela não dava umas broncas no coitado.
Contudo, meus sentimentos foram bem conflitantes em relação a esse encontro, visto que Solo era uma pessoa não confiável na maior parte do tempo. Ele teve bastante tempo para conhecer o mundo através das relíquias deixadas pelos antepassados, porém era também instável e mudava de humor a cada momento, o que o tornava perigoso e curioso.
Até entendo que Juliette ficasse com medo de Solo por conta disso, mas achei que para uma pessoa tão inteligente, ela mal dava atenção a uma série de coisas. Colocou na cabeça que precisava ser uma heroína, mas em vez de usar o cérebro, com todo o passado ao seu favor, preferia usar mais a força bruta, algo que nem sempre funciona e só a deixa mais frustrada (além de me fazer passar raiva, pois não me lembrava dela ser tão fechada assim nos livros).
Já no silo 18, o caos está tomando conta dos níveis. Cartazes são espalhados por todo canto, contendo palavras ofensivas contra os superiores, que não estão mais sendo contidos com sucesso. Bernard está cada vez mais desesperado por respostas que sabe não ser capaz de compreender.
Por outro lado, Lukas está obcecado pela oportunidade de conhecer o que sempre quis. Ciência, matemática, física, química, tudo está ao seu alcance. Mas o tempo é curto, diante de atos violentos e cada vez mais perigosos dos seus vizinhos.
Embora sejam episódios longos, tudo acontece em questão de poucos dias. De cada lado da porta, muita coisa está acontecendo e Juliette pode não ter mais um silo para chamar de lar. Fato que pode se tornar a realidade de mais 10 mil pessoas, se Lukas e Bernard não agirem rápido.
Quem também ganha holofotes é Sims, que está galgando novas estratégias nesse jogo de xadrez. Tentando não ser um mero peão, o rapaz faz de tudo para se manter a par do que acontece, mas talvez nem ele esteja pronto para lidar com tantas respostas.

A trama fecha de forma espetacular, dando um gancho muito importante para a terceira temporada (além de revelar diversos easter eggs da primeira temporada). Confesso que, embora faça muito sentido na série, achei ousado eles terem trocado a ordem dos livros, dado que a segunda temporada traz os eventos do terceiro volume (Legado), com poucas citações do segundo (Ordem), que só agora será adaptado.
Agora resta esperar que as gravações terminem para que saibamos se essa ousadia vai dar certo. Enquanto isso, fico apenas com a emoção incrível que os últimos episódios trouxeram, além da recomendação para que assistam e tirem suas próprias conclusões.
Texto revisado por Emerson Silva.